Disputa de marca entre Fernanda Torres e requerente anterior reacende debate sobre prioridade no registro no INPI

A recente controvérsia envolvendo a atriz Fernanda Torres e uma terceira requerente pela titularidade da marca “A Vida Presta” chamou atenção para um ponto crucial do sistema de marcas brasileiro: a chamada first-to-file rule, ou seja, a regra da prioridade baseada na data do pedido de registro apresentado primeiro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

 

Em dezembro de 2024, antes da viralização da expressão associada à atriz indicada ao Oscar, uma pessoa física solicitou o registro da marca “A Vida Presta” para identificar atividades voltadas ao entretenimento, especialmente no segmento de podcasts. Já em fevereiro de 2025, Fernanda Torres, conhecida por diversos personagens e bordões marcantes, também apresentou pedidos de registro da mesma expressão, voltados a atividades semelhantes, com o objetivo de buscar a propriedade deste bordão como marca. Os processos no âmbito administrativo ainda estão sob exame, no entanto, tudo indica que os pedidos da atriz para os mesmos serviços serão indeferidos com base na anterioridade e colidência com o sinal previamente requerido, salvo se as partes firmarem acordo em contrário.

 

Esse episódio evidencia uma questão comum, mas muitas vezes subestimada por empreendedores e artistas: o uso público e constante de uma expressão ou o vínculo autoral com determinada obra não asseguram, por si só, o direito ao registro e uso exclusivo daquela expressão como marca.

 

Prioridade no registro: quem registra primeiro tem vantagem

 

Diferente de países como os Estados Unidos, que adotam o critério do uso (first-to-use), o Brasil privilegia a anterioridade do depósito do pedido. Isso significa que, salvo em situações excepcionais, terá preferência sobre a marca quem primeiro tiver solicitado seu registro junto ao INPI, mesmo que outra pessoa já utilize a expressão informalmente ou até em obras autorais.

 

No caso de Fernanda Torres, embora sua notoriedade, a ausência de um pedido anterior ao do outro requerente acabou lhe colocando em desvantagem jurídica. Essa situação ilustra como a estratégia de proteção de ativos intangíveis deve envolver o registro de marca desde os primeiros passos de um projeto, evitando disputas futuras e até restrições comerciais ao uso do nome em produtos e serviços.

 

Exceção à regra: o direito de precedência

 

Apesar da regra geral de prioridade pelo depósito, a Lei da Propriedade Industrial prevê exceções importantes. De acordo com o artigo 129, §1º, da LPI (Lei nº 9.279/96), a pessoa que, de boa-fé, já utilizava a marca no Brasil há pelo menos seis meses antes da data do pedido anterior pode invocar o chamado direito de precedência. Essa previsão protege o uso anterior legítimo, mesmo sem registro formal, desde que seja comprovado o uso efetivo e contínuo da marca para os mesmos produtos ou serviços neste período. Assim, mesmo estando em posição desfavorável quanto à data do depósito, a parte que comprovar esse uso anterior pode reivindicar o registro, o que, em tese, poderia ser arguido pela atriz caso haja comprovação do uso anterior da expressão “A Vida Presta” com finalidade marcária.

 

Marca, título de obra e direitos autorais: onde começa e termina cada proteção?

 

Outro ponto relevante que emerge dessa discussão é a distinção entre os direitos autorais e o direito marcário. Embora a autoria de uma obra (como um livro, roteiro ou espetáculo) seja protegida pela Lei de Direitos Autorais (Lei nº 9.610/98), essa proteção não se estende automaticamente ao uso do título como marca. O próprio INPI tem decisões consolidadas no sentido de que títulos de obras não são, por si só, passíveis de registro como marca, a menos que atendam aos critérios legais, como distintividade e finalidade comercial.

 

Além disso, o artigo 124, inciso XV, da Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96) veda o registro como marca de “título de obras intelectuais ou artísticas”, salvo quando consentido pelo autor. Entretanto, quando há dois autores independentes ou uma anterioridade no pedido, a situação se complexifica — como se viu neste caso.

 

 

O que podemos aprender com o caso?

 

A disputa em torno da expressão “A Vida Presta” evidencia a importância de um planejamento prévio e integrado da propriedade intelectual. Criadores e empreendedores devem considerar o registro de marca como etapa essencial do desenvolvimento de projetos, mesmo quando ainda estão em fase inicial. Uma marca registrada não apenas garante exclusividade, como também fortalece a identidade do produto ou serviço no mercado e protege contra terceiros que possam buscar se apropriar indevidamente de um nome já em uso.

 

É fundamental compreender que os diferentes ramos da propriedade intelectual (direitos autorais, marcas, patentes, etc.) não se sobrepõem automaticamente. Cada tipo de proteção requer atenção às suas regras específicas e ao momento certo de registro.

 

Conclusão

 

Casos como o de Fernanda Torres mostram que, no universo da Propriedade Intelectual, o tempo (e o timing) é crucial. Registrar uma marca não deve ser a última etapa, mas sim uma das primeiras na estratégia de consolidação de um projeto criativo ou comercial. E, acima de tudo, o suporte jurídico especializado pode ser decisivo para evitar perdas de oportunidades e garantir a segurança dos ativos intangíveis.

 

 

Advogado(a) autor(a) do comentário: Gabriela Romagnoli Teixeira de Freitas, Pedro Zardo Júnior e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fonte: https://lorena.r7.com/categoria/celebridades/Expressao-A-Vida-Presta-vira-disputa-de-marca-entre-Fernanda-Torres-e-outra-requerente

 

 

Se quiser saber mais sobre este tema, contate o autor ou o Dr. Cesar Peduti Filho.

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O que fazer ao enfrentar problemas com marcas semelhantes no mercado

A presença de marcas semelhantes no mercado pode gerar confusão entre consumidores, prejudicar sua reputação e impactar negativamente as vendas. Esses problemas são mais comuns do que se imagina, especialmente em setores altamente competitivos.

 

Neste artigo, exploraremos como identificar marcas semelhantes, as ações que podem ser tomadas e as medidas legais disponíveis para proteger sua marca e seu negócio. Continue lendo para entender como agir diante dessa situação e evitar maiores prejuízos.

 

Como identificar uma marca semelhante

 

Avaliação de elementos visuais e sonoros

 

Marcas consideradas semelhantes muitas vezes compartilham características no nome, design ou identidade visual, o que pode causar confusão entre os consumidores. Isso pode incluir logotipos com cores, formas ou fontes similares, bem como nomes que apresentam sons ou pronúncias parecidas, criando uma falsa associação entre as marcas.

 

Repercussão no comportamento do consumidor

 

Para determinar o impacto de uma marca semelhante, é essencial conduzir estudos com o público-alvo. Relatos de consumidores que confundem as marcas indicam que a similaridade está prejudicando a percepção do mercado e pode comprometer a fidelidade à sua marca. Essas informações são cruciais para embasar medidas corretivas ou legais.

 

Impactos das marcas semelhantes no mercado

 

Perdas financeiras

 

A confusão causada por marcas semelhantes pode desviar clientes para concorrentes, comprometendo sua receita. Além disso, campanhas de marketing podem perder eficácia se outra marca se beneficiar indevidamente de sua identidade visual ou reputação, reduzindo o retorno sobre o investimento.

 

Comprometimento da reputação

 

Caso a marca semelhante esteja vinculada a produtos ou serviços de qualidade inferior, a associação equivocada pode manchar a imagem de sua empresa. Mesmo oferecendo excelência, sua credibilidade junto ao público pode ser prejudicada, impactando a confiança no mercado.

 

Riscos de litígios legais

 

Conflitos com marcas semelhantes podem levar a disputas judiciais, que geralmente envolvem altos custos financeiros e longos prazos de resolução. Entretanto, medidas preventivas e monitoramento constante podem minimizar as chances de que a situação escale para um processo legal.

 

Estratégias para lidar com marcas semelhantes

 

1. Garanta o registro da marca

 

Registrar a marca é um passo essencial para proteger seu negócio contra concorrência desleal. No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) regula esse processo, garantindo exclusividade no uso da marca e fornecendo a base jurídica para contestar possíveis imitações.

 

2. Realize monitoramento contínuo

 

Acompanhar o mercado regularmente é indispensável para identificar possíveis violações. Ferramentas específicas e consultorias especializadas em propriedade intelectual são eficazes para monitorar registros e lançamentos de novas marcas que possam gerar conflitos.

 

3. Busque o diálogo inicial

 

Em situações menos complexas, um contato direto com a parte responsável pela marca semelhante pode solucionar o problema. O envio de uma notificação extrajudicial formal pode ser uma abordagem eficaz e amigável para tentar resolver o conflito sem a necessidade de medidas judiciais.

 

 

Medidas legais para resolver conflitos

 

Apresentação de oposição ao registro de marca

 

Quando a marca semelhante ainda não obteve registro, uma medida preventiva eficaz é a apresentação de oposição no INPI. Nesse processo, você deve demonstrar como o registro da nova marca pode gerar confusão e prejudicar seus direitos exclusivos. Esse procedimento é essencial para evitar conflitos maiores no futuro.

 

Propositura de ação judicial por infração de marca

 

Se a marca semelhante já foi registrada e está em uso, a ação judicial é o caminho para contestar o registro ou impedir seu uso. No processo, é importante apresentar provas da similaridade entre as marcas, incluindo análises visuais, fonéticas e de mercado, além de evidências de danos reais, como confusão entre consumidores e perda de negócios.

 

Reivindicação de indenizações por danos

 

Nos casos em que a utilização de uma marca semelhante causa prejuízos financeiros ou danos à reputação, é possível buscar reparação por meio de indenizações. Para fundamentar o pedido, documentos como balanços financeiros, análises de mercado e depoimentos de clientes podem ser apresentados, demonstrando o impacto negativo da concorrência desleal sobre o seu negócio.

 

Pedido de tutela de urgência

 

Além das medidas citadas, é possível solicitar uma tutela de urgência para impedir o uso imediato da marca conflitante enquanto o processo judicial estiver em curso. Essa medida visa evitar danos irreparáveis ao longo do período de julgamento, protegendo os interesses da sua empresa durante a tramitação do caso.

 

Exemplos de casos envolvendo marcas semelhantes

  • Apple vs. Prepear

A Apple moveu uma ação contra a startup Prepear, alegando que o logotipo da pera utilizado pela empresa tinha semelhanças visuais com sua famosa maçã. Apesar das diferenças entre os desenhos, a gigante da tecnologia argumentou que o design poderia causar confusão entre os consumidores, destacando a importância de proteger elementos gráficos exclusivos.

  • Adidas vs. Forever 21

A Adidas processou a Forever 21 por utilizar listras semelhantes às suas icônicas três listras registradas. O caso reforça que até padrões simples podem ser protegidos legalmente, evidenciando a necessidade de registrar elementos característicos para evitar cópias e preservar a identidade da marca.

  • Red Bull vs. Bullards

A Red Bull entrou em disputa com a Bullards, uma empresa britânica de bebidas alcoólicas, alegando que o uso do termo “Bull” no nome da marca poderia causar confusão entre os consumidores. Embora os produtos não fossem concorrentes diretos, a Red Bull argumentou que a semelhança no nome prejudicava a distintividade de sua marca. Esse caso ilustra como palavras associadas a uma marca forte podem ser motivo de conflito em diferentes segmentos do mercado.

 

Perguntas frequentes

 

O que caracteriza uma marca semelhante no mercado?

Uma marca é considerada semelhante quando compartilha elementos visuais, fonéticos ou conceituais que podem causar confusão entre os consumidores quanto à origem ou qualidade dos produtos ou serviços.

 

O que fazer ao identificar uma marca semelhante?

Inicie um monitoramento detalhado para reunir provas e avalie os impactos na sua marca. Considere um contato direto com o proprietário da marca semelhante e consulte um advogado especializado em propriedade intelectual.

 

Como registrar uma oposição a uma marca semelhante no INPI?

A oposição deve ser apresentada no prazo de 60 dias a partir da publicação do pedido de registro no INPI, acompanhada de argumentos e provas que demonstrem o prejuízo potencial para sua marca.

 

Quais provas podem ser usadas para demonstrar prejuízo causado por uma marca semelhante?

Provas incluem pesquisas de mercado, relatos de consumidores confundidos, dados financeiros que demonstrem perda de receita e registros que comprovem o uso anterior da marca.

 

É possível resolver conflitos com marcas semelhantes sem recorrer à Justiça?

Sim, o diálogo direto com a outra parte pode resultar em um acordo amigável. Uma carta de notificação extrajudicial é uma opção antes de iniciar uma ação judicial.

 

Quando é necessário recorrer à Justiça em casos de marcas semelhantes?

A Justiça deve ser acionada quando o conflito não pode ser resolvido de forma amigável, principalmente em casos de infração grave, prejuízo financeiro ou danos à reputação.

 

É possível registrar uma marca que seja similar a outra em outro segmento de mercado?

Sim, desde que não cause confusão entre os consumidores e que os segmentos sejam suficientemente distintos. No entanto, isso deve ser analisado caso a caso.

 

Qual é o prazo para entrar com uma ação judicial contra uma marca semelhante?

No Brasil, o prazo específico para anular um registro de marca é de 5 anos, contados a partir da concessão do registro. O prazo para pleitear o pagamento de indenizações pelo uso indevido de marca também é de 5 anos. De toda forma, agir o mais rápido possível é recomendado para evitar maiores danos.

 

Quais são as penalidades para quem usa marcas semelhantes de forma indevida?

As penalidades incluem a proibição do uso da marca, apreensão de produtos, pagamento de indenizações por danos materiais e morais, além de reembolso de custos judiciais.

 

Como prevenir problemas com marcas semelhantes?

Registre sua marca no INPI, monitore regularmente o mercado e use ferramentas especializadas para identificar infrações precocemente. Um bom planejamento jurídico é essencial para proteger sua identidade de marca.

 

Propriedade intelectual e direito digital | Peduti Advogados

 

Enfrentar problemas com marcas semelhantes no mercado pode ser desafiador, mas com as estratégias e medidas legais certas, é possível proteger seu negócio e minimizar os impactos. O registro da marca, o monitoramento constante e a atuação rápida são ações fundamentais para evitar prejuízos e manter sua credibilidade.

 

Você já enfrentou desafios com marcas semelhantes? Compartilhe sua experiência nos comentários e ajude outros empreendedores a entenderem mais sobre este tema!

 

Nesse cenário, a Peduti está pronta para te auxiliar! A Peduti Advogados é um escritório especializado na área de propriedade intelectual e direito digital. Com anos de tradição nestas áreas, sua atuação resulta dos padrões de excelência. O escritório oferece assessoria full-service em propriedade intelectual e direito digital, para todos os segmentos de mercado.

 

Restou alguma pergunta sobre o tema? Entre em contato conosco! E caso queira conhecer melhor nossas soluções, acesse o site e descubra como podemos te ajudar!

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Disputa de marca: O caso “Ainda Estou Aqui”

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui é uma produção que aborda temas sensíveis da história brasileira e das memórias pessoais do autor. Com direção de Walter Salles, o filme conquistou visibilidade tanto no circuito nacional quanto em festivais internacionais, reforçando o prestígio do cinema brasileiro no exterior.

 

A marca “Ainda Estou Aqui” recentemente se tornou centro de uma disputa no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A produtora VideoFilmes, fundada por Walter Salles, depositou pedido de registro da marca em agosto de 2024, visando proteger o título para produtos e serviços audiovisuais. Pouco depois, em janeiro de 2025, o advogado João Paulo Gaia Duarte também depositou pedido para o mesmo sinal distintivo, visando distinguir serviços relacionados à marketing e agenciamento de artistas.

 

O embate evidencia dois princípios fundamentais do sistema marcário brasileiro: o da anterioridade — a prioridade, em regra, é de quem primeiro protocola o pedido — e o da função distintiva da marca, que busca evitar confusão no mercado. Em áreas como o audiovisual, a proteção marcária vai além da simples identificação: ela garante exclusividade para a exploração comercial de projetos, campanhas promocionais e licenciamentos.

 

 

Importante destacar que, embora o direito autoral proteja a obra artística em si, o sistema de marcas protege o título como sinal distintivo no mercado, sendo uma camada adicional e estratégica de proteção jurídica.

 

Em tempos de globalização de conteúdos e de novas formas de distribuição digital, o registro de marcas associadas a projetos culturais é não apenas uma garantia de direitos, mas uma etapa crucial no planejamento de qualquer produção.

 

Mais do que evitar disputas, o registro adequado fortalece a posição comercial da obra, amplia suas possibilidades de exploração e assegura a sua identidade no mercado. 

 

 

Advogado(a) autor(a) do comentário: Theo Thadeu Vita Calegari e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fonte: Marca ‘Ainda Estou Aqui’ vira alvo de disputa judicial; entenda https://veja.abril.com.br/coluna/em-cartaz/marca-ainda-estou-aqui-vira-alvo-de-disputa-entenda/ 

 

 

Se quiser saber mais sobre este tema, contate o autor ou o Dr. Cesar Peduti Filho.

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Anitta tenta impedir empresa farmacêutica de remédio contra vermes a utilizar seu nome em produtos cosméticos

Em 01.02.2022, a empresa FARMOQUÍMICA S.A efetuou um pedido de registro de marca perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), cujo elemento nominativo é ANITTA, na classe 03, para especificar Produtos Cosméticos.

 

Ao tomar conhecimento do depósito pela farmacêutica, a Anitta apresentou oposição ao pedido de marca perante o INPI. Em sua oposição, Annita deixa claro que o registro de marca, caso concedido, poderia induzir os consumidores a acreditarem se tratar da mesma marca por ela utilizada, especialmente porque se encontrava na mesma classe pleiteada pela farmacêutica. 

 

Destacou, ainda, que já atua na divulgação e comercialização de produtos cosméticos, como é o caso da linha “Puzzy by Anitta”, de modo que deve ser impossibilitado o uso da marca “ANITTA” pela farmacêutica, para comercializar produtos semelhantes.

 

 

Convém destacar que a Anitta já possui diversos registros para a marca perante o INPI. Do mesmo modo, a farmacêutica detém, desde 2013, registro da marca “ANITTA” no INPI, para identificar um remédio antiparasitário. 

 

No entanto, após tentar expandir o uso da referida marca para a área de cosméticos, a empresa enfrentou resistência por parte da cantora, que não hesitou em adotar medidas para impedir tal prática.

 

 

Advogado(a) autor(a) do comentário: Isabela Nicolella Vendramelli, Thaís de Kássia R. Almeida Penteado e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fontes

https://www.correio24horas.com.br/em-alta/anitta-se-pronuncia-sobre-batalha-com-farmaceutica-de-remedio-para-vermes-informacoes-nao-batem-0425 

https://www.metropoles.com/celebridades/anitta-tenta-barrar-uso-do-nome-dela-em-remedio-contra-vermes-entenda

https://busca.inpi.gov.br/pePI/jsp/marcas/Pesquisa_num_processo.jsp 

 

 

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Fashion Law em foco: A segurança jurídica virou tendência

O Direito da Moda, popularmente conhecido como Fashion Law, é uma área jurídica emergente que se dedica às questões legais específicas da indústria da moda. Esse campo abrange desde a proteção de propriedade intelectual, como marcas e designs, até contratos, comércio internacional, sustentabilidade e direitos trabalhistas. Com a crescente complexidade e globalização do setor, o Fashion Law se tornou uma área de grande demanda para proteger os interesses de designers, marcas e consumidores.​

 

Nos últimos anos, especialmente, o segmento tem ganhado destaque devido ao aumento de conflitos ligados à propriedade intelectual e às lacunas de regulamentações específicas para a indústria da moda. A expansão do e-commerce e a facilidade de reprodução de designs intensificaram a importância de uma assessoria jurídica especializada para lidar com questões como falsificações, uso indevido de marcas e disputas contratuais.​

 

Um exemplo emblemático do mercado é a disputa entre as grifes Christian Louboutin e Yves Saint Laurent (YSL) acerca do uso de solas vermelhas em seus calçados. Isto porque, desde 1992, Louboutin utiliza as solas vermelhas como principal característica de seus sapatos, permitindo sua imediata distinção dos concorrentes. Contudo, em 2011, identificou que a YSL estava comercializando sapatos completamente vermelhos, incluindo as solas. Em decorrência, a Louboutin moveu uma ação judicial alegando violação de marca registrada e concorrência desleal.​

 

Inicialmente, um tribunal federal de Nova York indeferiu a ação, argumentando que a cor possui funções estéticas e ornamentais na indústria da moda, tornando difícil para Louboutin provar que a sola vermelha gozava de proteção como marca.

 

Posteriormente, em 2012, a decisão foi parcialmente reformada, concedendo à Louboutin o direito à exclusividade sobre a icônica sola vermelha, desde que o calçado não fosse inteiramente monocromático. A YSL, por sua vez, manteve o direito de produzir sapatos totalmente vermelhos, incluindo a sola. ​

 

 

No Brasil, o Fashion Law tem ganhado relevância à medida que a indústria da moda nacional se expande e se internacionaliza. Questões como proteção de marcas, direitos autorais de designs, contratos de licenciamento e combate à pirataria são cada vez mais presentes no cenário jurídico nacional, estimulando profissionais e empresas do setor a buscar orientação especializada para navegar pelas complexidades legais do ramo.​

 

Tanto é assim que a Christian Louboutin também enfrentou uma série de questões ligadas à proteção de sua marca em território brasileiro. Desde 2009, a grife francesa buscou o registro dessa característica distintiva junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), contudo sem sucesso. Foi apenas em 2021, com a introdução da Portaria nº 37 – que reconheceu as “marcas de posição” – que a Louboutin pôde readequar seu pedido para se enquadrar nessa categoria. Ainda assim, seu pedido foi inicialmente indeferido pelo INPI.

 

Entretanto, em agosto de 2023, a 13ª Vara Federal do Rio de Janeiro concedeu liminar suspendendo essa decisão, reconhecendo que o solado vermelho é amplamente associado à marca Louboutin e que sua proteção é essencial para resguardar seus direitos contra concorrentes. Além disso, em abril do mesmo ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a marca brasileira Bruna Silvério cessasse o uso de solados vermelhos em seus produtos, reforçando o entendimento de que essa característica é um identificador exclusivo da Louboutin. 

 

Casos como esses – e diversos outros – evidenciam a crescente relevância do Fashion Law no país, e sinalizam uma marcha em direção à segurança da proteção dos elementos distintivos desse segmento, promovendo a lealdade concorrencial na indústria da moda.

 

Se você atua na indústria da moda e deseja assegurar que sua marca e criações estejam devidamente protegidas, é fundamental contar com a assessoria de um escritório especializado. Profissionais qualificados poderão oferecer orientação estratégica e soluções jurídicas adaptadas às necessidades específicas do setor, garantindo a proteção e o crescimento sustentável do seu negócio.

 

 

Advogado(a) autor(a) do comentário: Carlos Roberto Parra, Thaís de Kássia R. A. Penteado e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fonte: Fashion law: cada dia mais relevante, o direito da moda está na moda

https://www.metropoles.com/colunas/ilca-maria-estevao/fashion-law-cada-dia-mais-relevante-o-direito-da-moda-esta-na-moda 

 

 

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Qual é o conceito de propriedade intelectual?

O conceito de propriedade intelectual é essencial para a proteção de inovações, criações e expressões artísticas. Ele abrange um conjunto de direitos legais que conferem aos criadores o controle sobre o uso e a exploração de suas obras. No mundo atual, onde a criatividade e a inovação são fundamentais para o desenvolvimento econômico e cultural, compreender esse conceito é vital.

 

Neste artigo, abordaremos as definições, categorias e a importância da propriedade intelectual, além de como ela influencia a sociedade e os negócios. Continue lendo para entender melhor esse importante tema.

 

O que é propriedade intelectual?

 

A propriedade intelectual é um conceito jurídico que abrange um conjunto de direitos que protegem as criações da mente humana. Isso inclui invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes e imagens utilizados no comércio. Esses direitos são fundamentais para assegurar que os criadores sejam reconhecidos por seu trabalho, permitindo-lhes receber recompensas financeiras e morais por suas inovações.

 

A proteção da propriedade intelectual não apenas incentiva a criatividade e a inovação, mas também promove um ambiente de negócios saudável, estimulando o desenvolvimento econômico e cultural. Além disso, a propriedade intelectual é um mecanismo essencial para a promoção da concorrência leal, garantindo que as ideias e os esforços criativos sejam respeitados e valorizados.

 

Tipos de propriedade intelectual

 

A propriedade intelectual é geralmente dividida em duas categorias principais, cada uma com características e propósitos distintos:

 

1. Propriedade industrial

 

A propriedade industrial refere-se à proteção de inovações tecnológicas e distintivos comerciais. Essa categoria abrange:

 

Patentes: Direitos concedidos para invenções e modelos de utilidades, permitindo que o inventor exclua terceiros de fabricar, usar ou vender sua invenção por um determinado período, geralmente por 20 anos para patentes de invenção e 15 anos para modelos de utilidade. As patentes incentivam a inovação ao assegurar que os inventores possam lucrar com suas criações.

 

Marcas registradas: Símbolos, nomes, logotipos ou qualquer elemento que identifique e diferencie produtos ou serviços de uma empresa. As marcas registradas são essenciais para construir a identidade de uma empresa ou produto no mercado e proteger os consumidores contra fraudes e confusões.

 

Desenhos industriais: Protegem a configuração ornamental e aparência estética de um produto, incluindo sua forma, cor e texturas. Essa proteção é crucial para empresas que investem em design como um diferencial competitivo.

 

Indicações geográficas: Identificam produtos como originários de uma localidade específica, conferindo-lhes características ou reputação que são essencialmente atribuídas a essa origem. Um exemplo é o “Champanhe”, que só pode ser produzido na região de Champagne, na França.

 

2. Direitos autorais

 

Os direitos autorais oferecem proteção a obras criativas e expressões artísticas, assegurando que os autores mantenham controle sobre o uso e a distribuição de suas obras. Esta categoria inclui:

 

Obras literárias: Livros, artigos, poesias e qualquer outra forma de escrita que expresse a criatividade do autor.

 

Músicas e composições: Incluem letras, melodias e arranjos musicais. Os direitos autorais garantem que os compositores e músicos sejam recompensados pelo uso de suas criações.

 

Filmes e obras audiovisuais: Protegem a criação de filmes, documentários e programas de televisão, permitindo que os cineastas controlem a exibição e distribuição de suas obras.

 

Softwares: Embora os programas de computador possam ser patenteados em alguns casos, os direitos autorais também oferecem proteção a seu código-fonte, garantindo que os desenvolvedores possam proteger suas inovações tecnológicas.

 

Entender o conceito de propriedade intelectual e suas diversas formas de proteção é importante para qualquer criador, inventor ou empresário que deseje garantir que suas inovações e criações sejam respeitadas e valorizadas no mercado. Essa proteção legal não apenas promove a criatividade, mas também contribui para o desenvolvimento econômico sustentável e a concorrência leal.

 

Importância do conceito de propriedade intelectual

 

Compreender o conceito de propriedade intelectual é crucial por diversas razões:

 

1. Incentivo à inovação

 

A proteção da propriedade intelectual é um poderoso motor de inovação. Quando os criadores têm a segurança de que suas invenções e obras estarão protegidas contra o uso não autorizado, são incentivados a investir em pesquisa e desenvolvimento. Isso resulta em avanços tecnológicos e culturais significativos, beneficiando a sociedade como um todo.

 

2. Valorização de negócios

 

Empresas que detêm ativos de propriedade intelectual, como patentes e marcas registradas, tendem a ter um valor de mercado mais alto. A propriedade intelectual pode se tornar um diferencial competitivo, permitindo que essas empresas se destaquem em seus respectivos setores e atraírem mais investimentos.

 

3. Proteção dos direitos dos criadores

 

A propriedade intelectual assegura que os criadores mantenham o controle sobre o uso e a distribuição de suas obras. Isso inclui o direito de receber compensação financeira pelo uso de suas criações, um aspecto essencial para garantir a viabilidade e sustentabilidade de suas atividades criativas.

 

4. Promoção do comércio justo

 

A proteção da propriedade intelectual desempenha um papel fundamental na promoção do comércio justo. Ao assegurar que criadores e inventores sejam devidamente recompensados por seus esforços, contribui-se para a construção de um mercado ético e sustentável, onde a originalidade e a criatividade são respeitadas e valorizadas.

 

 

Processo de proteção da propriedade intelectual

 

A proteção da propriedade intelectual envolve diversas etapas, que podem variar conforme o tipo de proteção desejada.

 

Pedidos de patentes

 

O processo de patentear uma invenção normalmente começa com a realização de uma pesquisa de anterioridade, a fim de assegurar que a invenção é realmente nova. Em seguida, é necessário preparar uma descrição detalhada da invenção e apresentar o pedido ao órgão competente, como o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no Brasil.

 

Registro de marcas

 

Para registrar uma marca, o proprietário deve inicialmente realizar uma pesquisa para verificar se a marca já está sendo utilizada por terceiros. Após essa verificação, é necessário submeter um pedido ao INPI, incluindo uma descrição detalhada da marca e os produtos ou serviços que ela irá identificar.

 

Registro de direitos autorais

 

Os direitos autorais são automaticamente conferidos no momento da criação de uma obra. No entanto, o registro formal é recomendado para garantir proteção legal adicional. No Brasil, esse registro pode ser feito na Biblioteca Nacional ou em outras instituições específicas, dependendo da natureza da obra.

 

Desafios na proteção da propriedade intelectual

 

Apesar das diversas vantagens que a propriedade intelectual proporciona, sua proteção enfrenta alguns desafios significativos:

  • Violação de direitos

A violação dos direitos de propriedade intelectual é um problema recorrente. Muitos criadores encontram dificuldades para afirmar seus direitos em situações de uso não autorizado de suas obras.

 

Saiba mais clicando nos links abaixo:

Violação de marcas: o que fazer?

Violação de desenho industrial: quais as medidas cabíveis?

Violação de direitos autorais: como proceder?

  • Custos de registro

Os custos relacionados ao registro de propriedade intelectual, que incluem taxas e honorários advocatícios, podem se tornar um empecilho para criadores independentes e pequenas empresas que buscam proteger suas inovações.

  • Complexidade legal

O sistema de propriedade intelectual pode ser bastante complexo e apresentar variações de um país para outro, tornando difícil para muitos entenderem e aplicarem seus direitos de maneira eficaz.

 

Perguntas frequentes

 

Qual é o conceito de propriedade intelectual?

O conceito de propriedade intelectual refere-se aos direitos legais que protegem as criações da mente humana, incluindo invenções, obras literárias e artísticas, símbolos e nomes utilizados no comércio.

 

Quais são os principais tipos de propriedade intelectual?

Os principais tipos de propriedade intelectual incluem patentes, marcas registradas, direitos autorais e desenhos industriais. Cada um protege diferentes aspectos das criações e inovações.

 

Como a propriedade intelectual protege invenções?

A propriedade intelectual protege invenções por meio de patentes, que conferem ao inventor o direito exclusivo de explorar comercialmente sua invenção por um período determinado, geralmente de 20 anos.

 

Os direitos autorais são parte do conceito de propriedade intelectual?

Sim, os direitos autorais são uma forma de propriedade intelectual que protege obras literárias, artísticas e científicas, garantindo que os autores tenham controle sobre a reprodução e distribuição de suas obras.

 

O conceito de propriedade intelectual é reconhecido internacionalmente?

Sim, o conceito de propriedade intelectual é reconhecido internacionalmente, com tratados e convenções, como a Convenção de Berna e o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (TRIPS), que estabelecem normas para a proteção em vários países.

 

Quais são as consequências de não proteger a propriedade intelectual?

Não proteger a propriedade intelectual pode resultar em perda de controle sobre suas criações, permitindo que terceiros usem, copiem ou explorem suas inovações sem compensação ou reconhecimento, o que pode impactar negativamente os lucros e a reputação do criador.

 

O que acontece se duas pessoas patentearem a mesma invenção?

Se duas pessoas patentearem a mesma invenção, geralmente a patente será concedida ao primeiro a apresentar o pedido, de acordo com o princípio do “first to file” (primeiro a registrar), embora o histórico de desenvolvimento e evidências possam ser considerados em disputas.

 

Propriedade intelectual e direito digital | Peduti Advogados

 

O conceito de propriedade intelectual é fundamental para proteger as inovações e criações que impulsionam o progresso em diversas áreas. Compreender suas categorias e importância é essencial para criadores e empresários que desejam garantir seus direitos e incentivar a inovação. A proteção da propriedade intelectual não apenas valoriza os negócios, mas também promove um ambiente justo e ético para a criatividade.

 

Você está pronto para proteger suas inovações?

 

Nesse cenário, a Peduti está pronta para te auxiliar! A Peduti Advogados é um escritório especializado na área de propriedade intelectual e direito digital. Com anos de tradição nestas áreas, sua atuação resulta dos padrões de excelência. O escritório oferece assessoria full-service em propriedade intelectual e direito digital, para todos os segmentos de mercado.

 

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Os cookies de site são seguros? O que você precisa saber

Com o aumento das preocupações sobre privacidade e segurança de dados, muitos se perguntam: os cookies de sites são realmente seguros?

 

Este artigo visa esclarecer a natureza dos cookies, como eles funcionam, e mais. Ao entender melhor o propósito dos cookies e como gerenciá-los, os usuários podem navegar na internet de forma mais informada e segura. Continue a leitura e descubra como os cookies impactam sua experiência online.

 

O que são Cookies?

 

Hoje em dia se vê frequentemente quando entra em um site uma mensagem perguntando se você aceita os cookies do site. Mas o que são eles?

 

Cookies são pequenos arquivos de texto enviados por sites que você visita e armazenados no seu navegador. Eles contêm informações sobre a sua navegação, facilitando uma experiência mais personalizada e eficiente ao retornar a esses sites. Existem principalmente dois tipos: cookies de primeira parte, criados pelo site que você está visitando, e cookies de terceiros, provenientes de sites terceiros, geralmente usados para publicidade e análise de tráfego.

 

Como os Cookies funcionam

 

O propósito principal dos cookies é aprimorar e personalizar a experiência do usuário na web. Eles permitem que os sites “lembrem-se” das ações e preferências dos usuários, como login, idioma, tamanho da fonte e outras configurações de exibição, durante um período. Isso significa que os usuários não precisam reconfigurar suas preferências cada vez que visitam o site ou navegam por suas páginas. Por exemplo, em uma loja online, os cookies ajudam a manter os produtos no carrinho de compras, mesmo se o usuário sair e voltar mais tarde.

 

Além disso, os cookies são amplamente utilizados em publicidade online. Eles ajudam anunciantes a entregar anúncios mais relevantes para os usuários, rastreando o comportamento de navegação e interesses. Esse rastreamento é realizado por cookies de terceiros, que coletam dados sobre as atividades de navegação do usuário em diferentes sites. Essas informações são usadas para criar perfis de usuário e direcionar anúncios específicos, tornando a publicidade online mais eficaz e personalizada. Contudo, isso também levanta preocupações sobre privacidade, uma vez que detalhes sobre a atividade online do usuário são coletados e analisados sem o seu consentimento explícito em muitos casos.

 

Preocupações com privacidade e riscos de segurança

 

As preocupações com a privacidade e os riscos de segurança relacionados aos cookies têm ganhado destaque à medida que a conscientização dos usuários sobre a coleta de dados online aumenta. Um dos principais problemas é a coleta de dados pessoais sem consentimento explícito. Muitos usuários não estão cientes de que suas informações estão sendo coletadas por cookies de terceiros enquanto navegam na web. Essa prática levanta questões significativas sobre a privacidade, pois os dados coletados podem incluir hábitos de navegação, preferências pessoais e, às vezes, informações identificáveis.

 

Vulnerabilidades de segurança potenciais

 

Os cookies também podem apresentar vulnerabilidades de segurança potenciais. Ataques como o Cross-Site Scripting (XSS) podem explorar cookies não protegidos para roubar informações sensíveis, como tokens de sessão e credenciais de login. Ainda, cookies mal configurados ou inseguros podem ser acessados por pessoas mal-intencionadas para rastrear usuários de maneira indevida ou realizar ataques de sequestro de sessão. Isso enfatiza a necessidade de uma configuração cuidadosa dos cookies por parte dos administradores de sites, além da adoção de práticas de navegação segura pelos usuários, como a utilização de extensões de navegador que limitam o rastreamento por cookies e a limpeza regular dos cookies armazenados.

 

Marco legal e proteção do usuário

 

GDPR e consentimento para Cookies

 

No cenário atual, a proteção da privacidade do usuário e a regulamentação do uso de cookies são prioridades que têm moldado o marco legal em várias regiões do mundo. O Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia estabeleceu um padrão rigoroso para o consentimento de cookies, exigindo que websites obtenham consentimento explícito dos usuários antes de coletar e usar seus dados. Isso significa que os usuários devem ser informados de maneira clara e compreensível sobre quais cookies estão sendo usados, para que fins e como podem controlar ou recusar o uso de cookies.

 

Outras leis globais de Proteção de Dados

 

Além do GDPR, outras regiões e países implementaram leis semelhantes para proteger a privacidade online dos usuários. Por exemplo, a Lei de Privacidade do Consumidor da Califórnia (CCPA) oferece aos residentes do estado mais controle sobre as informações pessoais coletadas pelas empresas. Da mesma forma, o Brasil promulgou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que compartilha semelhanças com o GDPR, incluindo requisitos para o consentimento do uso de dados, sendo uma das bases legais previstas para o tratamento de dados pessoais.

 

Essas legislações globais de proteção de dados refletem uma crescente preocupação mundial com a privacidade e segurança online, forçando as empresas a adotar práticas mais transparentes e seguras na gestão de cookies e na coleta de dados pessoais. A adoção dessas leis visa não apenas proteger os usuários, mas também fomentar uma maior confiança no ecossistema digital, incentivando práticas éticas de coleta e uso de dados.

 

 

Gerenciando Cookies para segurança

 

Configurações do navegador e ferramentas

 

No ambiente digital atual, onde a segurança e privacidade se tornaram primordiais, é crucial que os usuários saibam gerenciar os cookies para proteger suas informações. Uma abordagem eficaz começa com o ajuste das configurações do navegador. A maioria dos navegadores modernos oferecem opções detalhadas para gerenciar cookies, incluindo a possibilidade de aceitar, recusar ou deletar cookies específicos ou de todos os sites. Os usuários podem configurar seus navegadores para alertá-los sempre que um cookie está sendo enviado, escolher aceitar cookies de sites confiáveis e rejeitar cookies de terceiros, comumente associados à publicidade.

 

Melhores práticas para usuários

 

Além disso, a adoção de melhores práticas de navegação é fundamental para a segurança online. Isso inclui manter o software do navegador sempre atualizado, usar extensões de navegador confiáveis para bloqueio de rastreadores e publicidade, e verificar regularmente as configurações de privacidade e segurança. Outra recomendação importante é limpar regularmente o cache e os cookies do navegador, o que pode ajudar a reduzir o rastreamento online e proteger as informações pessoais contra acesso indevido.

 

Adotar essas estratégias não apenas aumenta a segurança online, mas também oferece aos usuários maior controle sobre suas informações pessoais e como elas são usadas na internet. A conscientização e a educação sobre práticas seguras de navegação são essenciais para garantir uma experiência online mais segura e privada.

 

Perguntas relacionadas

 

Como posso gerenciar os cookies no meu navegador?

Você pode ajustar as configurações do seu navegador para bloquear ou alertar sobre cookies de terceiros, ou mesmo limpar todos os cookies armazenados após cada sessão de navegação.

 

Posso navegar na internet sem cookies?

Sim, é possível navegar sem cookies ativando a navegação privada ou ajustando as configurações do seu navegador para rejeitar cookies, mas isso pode limitar a funcionalidade de alguns sites.

 

Os cookies podem conter vírus?

Não, cookies são apenas arquivos de texto e não podem conter vírus. No entanto, cookies maliciosos podem ser usados para facilitar ataques cibernéticos.

 

É possível ser rastreado através de cookies?

Sim, cookies de terceiros podem ser usados para rastrear sua atividade online entre diferentes sites, mas leis de privacidade exigem que os usuários sejam informados sobre essa prática e consintam com ela.

 

Como os cookies afetam o desempenho do site?

Os cookies têm um impacto mínimo no desempenho do site, sendo usados principalmente para armazenar preferências do usuário, facilitando carregamentos mais rápidos e personalização da experiência.

 

Os cookies influenciam os resultados da pesquisa na internet?

Sim, cookies armazenam informações sobre suas buscas e visitas anteriores, o que pode personalizar os resultados de pesquisa baseados no seu histórico de navegação.

 

É possível diferenciar cookies legítimos de cookies potencialmente maliciosos?

Sim, através das configurações de privacidade do navegador e ferramentas de segurança, é possível identificar e gerenciar cookies suspeitos ou não desejados.

 

Os cookies afetam a utilização de dados móveis durante a navegação?

Sim, os cookies podem aumentar o uso de dados móveis, já que são baixados para o dispositivo sempre que um site é acessado, mas o impacto geral é geralmente pequeno.

 

Como posso verificar e entender o conteúdo de um cookie?

Ferramentas de desenvolvedor no navegador permitem visualizar cookies, e extensões específicas podem fornecer detalhes sobre o conteúdo e a finalidade de cada cookie.

 

O uso de VPN ou modo anônimo impede a criação ou o rastreamento por cookies?

O modo anônimo pode evitar que alguns cookies sejam salvos, mas não necessariamente impede o rastreamento. VPNs ocultam seu IP, mas não impedem cookies de serem criados.

 

Que medidas posso tomar se o cookie de site não permitir que eu selecione os que eu quero e/ou não deixar que eu recuse os cookies?

Você pode ajustar as configurações de privacidade no seu navegador para bloquear cookies de terceiros ou todos os cookies, e utilizar extensões para gerenciamento de cookies.

 

Que profissional poderia me ajudar se eu descobrir que um site usou minhas informações de forma mal intencionada?

Um advogado especializado em direito digital ou proteção de dados pessoais pode fornecer orientação legal e auxiliar no processo contra o uso indevido de suas informações.

 

Podemos te Ajudar?

 

A análise dos cookies de site revela um equilíbrio delicado entre a conveniência de uma experiência online personalizada e as importantes preocupações sobre privacidade e segurança. Enquanto os cookies aprimoram a navegação, facilitando a personalização e a publicidade direcionada, eles também podem ser fontes de vulnerabilidades de segurança e questões de privacidade. É imperativo que usuários e sites adotem práticas responsáveis, alinhadas com regulamentações como o GDPR, para garantir uma experiência online segura e transparente. Ajuste as configurações de seu navegador conforme necessário e compartilhe este artigo com quem você acha que se beneficiaria.

 

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Propriedade intelectual e tecnologia quântica: oportunidades para o Brasil

A tecnologia quântica está emergindo como um dos campos mais promissores da ciência e da engenharia, com potencial para transformar indústrias como segurança da informação, farmacêutica e logística. No centro desse avanço está a propriedade intelectual (PI), que desempenha um papel essencial na proteção de inovações e na criação de um ambiente propício para investimentos e desenvolvimento tecnológico. Para que um país se torne competitivo nesse setor, é fundamental estabelecer um arcabouço robusto de PI, garantindo que pesquisadores e empresas possam proteger e comercializar suas descobertas.

 

O Brasil possui um histórico relevante de produção científica na área quântica, com universidades e instituições de pesquisa reconhecidas internacionalmente. No entanto, para transformar essa base acadêmica em um diferencial econômico, é necessário fortalecer os mecanismos de proteção da propriedade intelectual. Isso inclui agilizar os processos de concessão de patentes, criar incentivos para a colaboração entre setor público e privado e estabelecer políticas que favoreçam a transferência de tecnologia.

 

 

A proteção adequada das inovações em tecnologia quântica também é fundamental para atrair investimentos estrangeiros e fomentar startups nacionais. Grandes potências, como Estados Unidos e China, já estão investindo fortemente na criação de ecossistemas de inovação quântica, e o Brasil precisa seguir essa direção para não ficar à margem dessa revolução tecnológica. Programas de incentivo à pesquisa aplicada e políticas de incentivo fiscal para startups de base tecnológica podem ser caminhos eficazes para impulsionar esse setor.

 

Diante desse cenário, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como um player relevante na tecnologia quântica, desde que consiga alinhar sua produção científica a um sistema eficaz de proteção da propriedade intelectual. A adoção de estratégias sólidas de PI e a promoção de parcerias entre instituições acadêmicas e o setor privado são essenciais para garantir que as inovações brasileiras nessa área sejam devidamente protegidas e monetizadas, impulsionando o país rumo à economia do futuro.

 

 

Advogado(a) autor(a) do comentário: Enzo Toyoda Coppola e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fonte: https://www.jota.info/artigos/propriedade-intelectual-e-tecnologias-quanticas

 

 

Se quiser saber mais sobre este tema, contate o autor ou o Dr. Cesar Peduti Filho.

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Tatuador é condenado por violação de direitos autorais

O Tribunal de Justiça do Pará condenou em R$3.000,00 um tatuador que reproduziu, sem autorização, obra do artista visual EME, criada em 2017. A obra em questão visa trazer a junção de uma sociedade capitalista com a ancestralidade dos povos originários da Amazônia. 

 

A justiça do Pará entendeu que houve a reprodução desautorizada da obra por parte do tatuador, causando danos ao artista, já que não foram consideradas circunstâncias envolvidas no processo de criação da referida obra artística. 

 

As criações artísticas e intelectuais de artistas e criadores são protegidos por meio de Direitos Autorais, que garantes que estes tenham todos os direitos relativos à exibição,  reprodução e distribuição de suas criações de maneira exclusiva. Desta forma, os artistas pedem se beneficiar financeiramente caso terceiros venham querer reproduzir suas artes. 

 

 

Conforme artigo 29 da Lei nº 9.610/98  (Lei de Direitos Autorais): 

Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por quaisquer modalidades, tais como:

I – a reprodução parcial ou integral;

 

Caso não haja a devida autorização do autor da obra, este fica legitimado a requerer indenização por eventuais danos que tenham sido caudados. 

 

O presente caso demonstra a importância da proteção de direitos autorais e  valorização do trabalho artístico, bem como, levanta questões pouco debatidas acerca da reprodução de obras por meio de tatuagens, trazendo maior conscientização tanto ao profissional, quando a pessoa que porventura escolha fazer determinada tatuagem. 

 

O direito do autor deve sempre prevalecer, tendo a decisão acertado em proteger os direitos anteriormente garantidos pelo artista. 

 

 

Autores: Daniela Russo, Advogada Júnior e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fontes: https://www.conjur.com.br/2025-mar-25/reproducao-de-obra-por-tatuador-sem-autorizacao-viola-direitos-autorais/ 

 

 

“Se quiser saber mais sobre este tema, contate o autor ou o Dr. Cesar Peduti Filho.”

Studio Ghibli vs. OpenAI: potencial novo processo de copyright nos Estados Unidos

Em 25 de março de 2025, a OpenAI atualizou a versão mais avançada de seu modelo de linguagem, o ChatGPT, com um recurso de geração de imagens. Isso resultou em uma explosão de criações no estilo de anime característico do Studio Ghibli, fundado por Hayao Miyazaki. A reação do público foi rápida e, para muitos, surpreendente. Miyazaki, que é conhecido por seu ceticismo em relação à Inteligência Artificial, já havia afirmado que jamais incorporaria tal tecnologia aos seus trabalhos.

 

Em meio a essa repercussão, o CEO da OpenAI, Sam Altman, criou uma imagem de perfil em estilo Ghibli. A Casa Branca também postou uma ilustração nesse estilo, retratando a Agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE) realizando uma prisão, gerando ainda mais discussões nas redes sociais e na mídia.

 

A questão central, no momento, é: a geração de imagens no estilo Ghibli por uma plataforma de Inteligência Artificial pode configurar uma violação de copyright? Considerando os precedentes legais, é possível que sim. A OpenAI, por meio de Taya Christianson, afirmou que a empresa continua a evitar a criação de imagens no estilo de artistas vivos individuais, mas permite a geração de imagens no estilo de estúdios amplos, como o Ghibli, o que resultaria em criações inspiradas por fãs.

 

No entanto, essa justificativa pode ser questionada sob a ótica da lei de copyright dos Estados Unidos. Enquanto estilos artísticos amplos, como o Cubismo ou o Surrealismo, não podem ser atribuídos a um único artista, o estilo distinto de um artista individual, como o de Saul Steinberg (famoso ilustrador da revista New Yorker) ou Dr. Seuss, pode ser protegido por copyright. Isso sugere que o estilo único de um artista, quando suficientemente reconhecível, pode estar sob a proteção do copyright.

 

Os tribunais precisariam determinar até que ponto um estilo pode ser considerado genérico e não passível de proteção. No entanto, quando a imitação não se limita ao estilo, mas também envolve elementos específicos da obra de um artista — como personagens ou características visuais — isso pode configurar uma violação clara de copyright.

 

O cerne da questão se torna mais claro ao se observar que as imagens geradas pelo ChatGPT não apenas imitam o estilo do Studio Ghibli, mas frequentemente incluem elementos específicos do universo visual criado por Ghibli, como os traços de personagens e a composição de figuras que são características marcantes em suas animações. A maneira como os rostos são desenhados, com olhos grandes e redondos, lábios finos e corpos curtos, por exemplo, são distintivos do estilo Ghibli. Essas semelhanças podem ser vistas como uma violação substancial dos direitos autorais do estúdio, que vai além da simples imitação do estilo e se estende à reprodução de elementos protegidos das obras.

 

 

Esses pontos já foram abordados em outros casos legais envolvendo a IA. Em Andersen v. Stability AI, o juiz Orrick reconheceu que a geração de imagens “no estilo” de um artista específico pode ser suficiente para alegar infração de copyright. Além disso, o tribunal aceitou uma alegação de “falsa aprovação” sob a Lei Lanham contra a Midjourney, com base na acusação de que a empresa usou os nomes de artistas para treinar sua IA e gerar imagens que imitavam o estilo desses artistas. Isso levanta a questão de que, em alguns casos, o público pode confundir imagens geradas por IA com obras originalmente autorizadas pelos próprios artistas.

 

Se as alegações de violação de copyright forem confirmadas, isso poderá estabelecer um precedente significativo para a proteção dos estilos artísticos contra a imitação por IA. Esta disputa pode não se limitar ao Studio Ghibli, mas também afetar outras empresas que utilizam IA para gerar imagens baseadas em estilos artísticos reconhecíveis. O caso poderia, eventualmente, resultar em ações judiciais semelhantes movidas por outros estúdios ou artistas cujos estilos foram imitados sem autorização.

 

Além disso, caso outras plataformas de IA, como o Grok ou o Google Gemini, também gerem imagens no estilo Ghibli, isso poderia resultar em processos semelhantes aos que a OpenAI enfrenta, aumentando ainda mais o número de disputas legais relacionadas à IA e copyright.

 

À medida que a tecnologia de IA avança, a questão dos direitos autorais em relação à criação de imagens torna-se cada vez mais complexa. O uso de IA para gerar obras no estilo de artistas específicos levanta questões importantes sobre a proteção de direitos de propriedade intelectual no setor criativo. Dependendo da forma como os tribunais decidirem, este caso pode redefinir as bases legais para a interação entre tecnologia de IA e direitos autorais.

 

Se a ação legal contra a OpenAI, ou outras empresas de IA, for bem-sucedida, isso poderá estabelecer limites mais claros sobre como a IA pode ser utilizada para gerar obras baseadas em estilos artísticos específicos e qual o grau de semelhança permitido sem infringir os direitos autorais dos artistas

 

 

Advogado(a) autor(a) do comentário: Marília de Oliveira Fogaça e Cesar Peduti Filho, Peduti Advogados

Fonte: Studio Ghibli v. OpenAI: is this the next U.S. copyright lawsuit to drop? https://chatgptiseatingtheworld.com/2025/03/28/ghibli-studios-v-openai-is-this-next-u-s-copyright-lawsuit-to-drop/

 

 

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